quinta-feira, 1 de julho de 2010

Educação Física - Espaço Teórico de Reflexão

SE – GDF – CEAN – Educação Física Profª. Valéria
Um papo cabeça com você aluno! (texto elaborado a partir de aulas no ensino médio)

Ensinar exige respeito aos saberes do educando! Exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Já ouviu falar disso?
É próprio do pensar certo se arriscar em aventuras! Como é bom nos aventurarmos a fazer algo novo, e ás vezes o novo nos causa certo desequilíbrio, nada mais natural, nada mais saudável, o novo provoca resistências e conflitos, crises e discussões acaloradas, mas, no fim das contas, o que temos é o crescimento humano e espiritual.
Vocês irão estranhar quando tiver aulas amarrados uns aos outros, mas é proposital para repensarmos o que é competição e pra que ela serve e o que é cooperação e solidariedade, entre outros fatores que são trabalhados nestas aulas diferentes.
Bem, o velho precisa ser superado pelo novo. Para o educador Paulo Freire, não podemos aceitar apenas o novo por ser novo como critério para recusar o velho e superá-lo. Este novo que estamos vivenciando está ligado à luta contra a prática preconceituosa de classe, gênero, raça que ofende o ser humano na sua essência e nega a democracia. Por exemplo, nos últimos anos ouvi muito isto: “Você não sabe jogar”, “O nosso time já está completo (não tem vaga)”, “Ele (a) é fraco (a)”, e alguns como platéia assistindo passivos. O que isto quer dizer, que através das aulas de Educação Física podemos ser mais humanos, respeitar os outros e sermos mais sinceros e mudar o nosso comportamento.
Estes velhos hábitos precisam mudar, as aulas são para todos ok? Até porque, quem não participa, estará perdendo: nota, experiência, alegria, saúde, etc. Enfim, o velho está na impunidade dos que matam os meninos de rua do Brasil, assassinam os camponeses que lutam justamente por um pedaço de terra, dos que discriminam os negros, dos que inferiorizam as mulheres, etc.
É importante discutirmos todos juntos a razão de ser das coisas e dos fatos! Porque não discutir a vida na sua totalidade? A realidade muito acima do que as quatro paredes da sala de aula, digo quadra, nos impede de enxergar? E por que a convivência das pessoas hoje está muito mais ligada ao individualismo solitário, mais ligado à morte do que à vida? Porque não estabelecermos uma intimidade com as pessoas e com os saberes da escola com a experiência social que cada aluno tem como indivíduo? Porque não discutir o descaso das classes dirigentes com a educação?
E quem acha que a Educação Física é só jogar bola, pode ter uma surpresa muito grande... Ou já está tendo. Aulas que não parecem ser as ditas aulas tradicionais de apenas pegar a bola e jogar, mas pra que discutir o histórico disto ou daquilo, pra que perceber o meu corpo e o do outro. E ainda nem começamos: abordar a questão do racismo (que está tão viva em nossa cultura), a questão das drogas lícitas e ilícitas? E qual abordagem política que ela traz. A questão dos anabolizantes nos esportes e nas academias. Também quebraremos o tabu dos problemas com elas, as drogas, discussão esta necessária e urgente. A educação ambiental será tratada na apostila chamada: Nossa grande nave: A mãe terra, como nossa nave condutora, pois quando o ser humano destrói o seu planeta, na verdade está destruindo a si mesmo. E aspectos da saúde também serão abordados como: nutrição, avaliação postural, condicionamento físico entre outros.
O objetivo destes textos e apostilas é romper com a idéia de que as aulas de Educação Física têm que se deter apenas à quadra de esportes.
A Educação Física aqui se mostra de corpo e alma (se é que algum dia foi possível separá-la), negando firmemente a sua posição no meio escolar como uma disciplina de “segunda-mão”, não cai ainda no vestibular não é? Mas é de fundamental importância para sua área cognitiva, motora, psicológica e social é importante você dar um tempo, relaxar, descansar porque não, ela auxilia no processo ensino-aprendizagem, para se formar um ser integral, entre outras coisas mais como trabalhar a cidadania, a cooperação, a socialização, a relação com o outro, etc...
- Ed. Física é prática, profª? Não é assim que diz a garotada? E mais, são espertos e práticos, pois é difícil mesmo mudar, mas a partir de agora você está convidado a reconstruir passo a passo a história da Ed. Física no Cean de quem realmente acredita que uma outra Educação Física socialmente justa é possível. E quem sabe estejamos plantando a nossa semente para um outro mundo.
Com grande prazer de ser sua professora!Valéria de Queiroz

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